quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Que belo exemplo de pai...

Acompanhando meio de longe essa história toda do menino Sean e seu pai estadunidense, chego a conclusão que o homem é um grande larápio. A família brasileira, que eu acho que devia ter lutado mais pelo menino, entregou o menino sem crises. Quer viver com seu pai que estava lá na puta que pariu (que, no fim das contas, é o que os Estados Unidos são) e resolveu brigar pelo filho só recentemente? Vai. O pai levou o menino pra lá (num vôo patrocinado pela NBC, vale lembrar). Pronto acabou. Apesar de relapso, ausente e estadunidense, é inalienável o direito do pai viver com o seu filho. Mesmo que seja nos EUA, no Brasil, na Somália ou no inferno. Ótimo, o filho foi viver com o pai, a família do pai num país supostamente desenvolvido (que é como vê a nossa classe mérdia). A coisa deveria ter acabado por aí. Sem mais notícia, sem entrevista chorosa no Fantástico ou no David Letterman. Acabou.


Mas, não satisfeito em vender toda essa história, que deveria ser de foro estritamente íntimo entre as famílias e as justiças dos dois países, para a NBC fazer dela um episódio desses dignos das márcias da vida. Depois de um Natal ao lado do filho que viveu o sonho de toda criança precocemente cooptada pelo capitalismo: um Natal com neve, meinha na parede e sapatinho na janela, o pai ressurge querendo cobrar 500 mil dólares da família brasileira. Ou seja, amor paternal passou longe. Não satisfeito em ganhar uma bolada da emissora que cobriu essa patuscada armada por ela mesma e da qual o pai quis participar como pobre coitado, o sujeito ainda quer deixar a família da ex-esposa devedora dele. Pergunta-se: Onde estava o pai exemplar que não lutou pela guarda da criança antes? O menino, como nascido em solo ianque, é reconhecido tanto pela constituição de lá como a de cá como cidadão dos EUA. Onde estava o instinto de pai desse camarada antes? Agora, a coisa é mais fácil. A família passa o filho de mão beijada a ele (que, mais uma vez, apesar de ser pilantra, dinheirista e estadunidense é o pai do menino e tem o direito legal da guarda do filho) e ainda tem que pagar? Cuida do menino, oferece educação, dignidade e condições de vida de uma família classe média do Rio de Janeiro, que se esforça ao máximo para macaquear o american way of life e ainda deve sair dessa palhaçada toda desembolsando uma pequena fortuna? Eu não tinha falado nada sobre esse caso antes porque é assunto de família, deveria ser tratado sob o mais rigoroso segredo de justiça e não é da alçada de ninguém ficar dando palpite. Mas desde a hora que esse sujeito chutou pra longe a intimidade da família desfeita comercializando seu papel muito mal interpretado de pai (que logo será bem interpretado, isso tem tudo pra virar um filme, podem escrever) tornando pública a questão entre ambos os lados da família, abriu-se o direito da opinião pública. E tudo termina sendo uma grande palhaçada. Algo tipicamente de pessoa de muito mau caráter independente da nacionalidade.



Um comentário:

  1. Se você procurar saber a história desde oinício, vc vai entender que esse pai luta pelo filho desde que a mãe foi "visitar" os pais e nunca mais apareceu nem permitiu as inúmeras visitas dele ao filho, nem contatos, nem nada...

    A história é bastante sórdida, mas não foi permitido a esse senhor o direito de ver seu filho desde que ele foiardilosamente sequestrado pela mãe...

    Eu acompanho a história há muito tempo, desde antes desta celeuma toda e posso dizer uma coisa.... agora os familiares brasileiros querem ser os santos da história... mas Bruna foi sórdida junto com o novo marido (de influente família de advogados especializados em direito de família - cujo "caso" não era tão novo assim) e deu no que deu.

    Ele aceitou patrocinio da NBC pois tudo o que tinha, gastou na tentativa de reaver seu filho. Foi criada uma ONG nos EUA em prol desse caso, onde toda a documentação trocada entre os dois países constam em suas páginas, o que dá pra entender bem a verdadeira história e quem são os verdadeiros vilões. A internet está aí, é só pesquisar.

    Ponha-se no lugar desse pai... quem sabe assim vc possa ter uma melhor ideia da situação.

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