terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Três observações sobre o prêmio da FIFA

Ontem, Lionel Messi foi escolhido o melhor jogador do mundo segundo a FIFA, o que confirma o já sabido. O argentino foi eleito o melhor do mundo pela revista France Football e raramente ela e a FIFA deixam de falar a mesma língua. A fórmula da eleição é interessante e, se não toma pulsa de todo o mundo do futebol profissional, ouve sua parte mais representativa. Nela, técnicos e capitães de todas as seleções que compõem a entidade votam em três nomes, que não podem ser dos seus países. Dessa forma nem Maradona poderia votar em Messi nem Dunga em Kaká. Aliás... Nem Dunga nem Lúcio, o capitão da nossa seleção, votaram em Messi. Para nosso técnico, o melhor jogador do mundo é o espanhol Fernando Torres. Para Lúcio, Didier Drogba, marfinense a quem lhe caberá a marcação na Copa. A pergunta que fica é: Será que dói tanto aos brasileiros admitir que um argentino é melhor? Há algum tempo, quando perguntado, o presidente Lula disse que Messi era o melhor do mundo. Em resposta a isso, o goleiro Júlio César respondeu que era melhor, então, que o presidente se mudasse pra Argentina. Nacionalidade influi em qualidade? Esse tipo de comportamento infantil é pior que o dos argentinos que puxam a brasa pra sardinha do Maradona ao afirmar que ele é melhor que Pelé. E é sempre bom frisar... Não é a opinião da maioria dos hermanos. Só dos ufanistas idiotas como Lúcio e Dunga.


Messi foi o melhor do mundo porque fez uma temporada muito boa com a camisa do Barcelona. Se fosse contado apenas o que fez pela seleção argentina, não ganharia nem do melhor jogador de Guiné Bissau. De qualquer forma, seu ano foi muito feliz, o Barça ganhou tudo o que disputou e Messi teve participação decisiva com o Grand Finale na final do Mundial de Clubes sábado quando bateu o Estudiantes e Messi foi eleito o melhor jogador do torneio e da final. No entanto, penso que o melhor jogador do Barcelona no torneio não foi o Messi, mas sim o espanhol Pedro, que fez um belo gol na semifinal contra os mexicanos do Atlante e o gol de empate que culminou na reação do Barça rumo ao título. Pessoalmente, tenho uma grande simpatia pelo time catalão por vários motivos. Um pelo fato de se assumir um time mais catalão que espanhol e ser o orgulho de uma nação dentro de outra. Também por ser um time de torcida apaixonada que viveu mais de cem anos sem precisar de patrocínios em sua camisa. De certa forma, não precisa. E como se não bastasse, o clube, cujos associados, produtos licenciados, direito de imagem e outras fontes geram um receita violenta, além de contratações vultosas como Ronaldinho Gaúcho, Romário, Henry, Ibrahimovic, conta com uma inesgotável fábrica de craques. Nas canteras do Barcelona surgiu gente muito boa como os ídolos Iniesta, Xavi, o já citado Pedro (em quem é bom guardar atenção, esse menino ainda vai mais longe), o premiado Messi (que joga na base do Barça desde os treze anos) e o técnico e eterno ídolo da torcida Guardiola. Um time assim tem tudo pra dar certo. E dá.


Marta foi eleita pela quarta vez a melhor jogadora do mundo. Apesar do despeito infundado e da falta de reconhecimento do brasileiro às suas jogadoras, a alagoana conseguiu algo inédito desde que a FIFA instituiu a premiação. Nenhum atleta, desimportante o sexo, conseguiu ser eleita quatro vezes. Pode ser vir de alento às meninas para que se vença o machismo dominante e outras martas apareçam. Orgulho para o Brasil, que tem uma estrela reconhecida e para nós santistas, que tivemos por alguns meses esse talento a nosso serviço.

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