domingo, 20 de dezembro de 2009

Sensatez israelense


Via de regra, não gosto do estado de Israel. Não por ser anti-semita, o que não sou de forma alguma. Não tenho nada contra os judeus, mas contra a atual política israelense tão segregacionista, preconceituosa e racista contra os vizinhos árabes quanto foram os nazistas contra os judeus. Mas concordo com a decisão dos israelenses, que querem impedir a canonização de Eugenio Paccelli, o Papa Pio XII. Pra quem não sabe, Pio XII esteve no Trono de Pedro durante os anos da II Guerra Mundial e, enquanto exerceu o Papado foi condescendente, pra não dizer cúmplice dos nazistas em sua perseguição aos judeus. Além de não ajudá-los, Paccelli entregou vários grupos de judeus fugidos à Itália de Mussolini. O principal motivo de sua ira anti-semita era o medo que o papa tinha do crescente comunismo soprado dos lados da URSS. Que não simpatizasse com o lado vermelho do mundo, compreende-se, afinal é comum da Igreja se posicionar ao lado da burguesia e das elites ao invés dos desvalidos que ela tanto diz defender, mas por conta de uma antipatia ideológica ser omisso e entregar inocentes para uma facção muito mais odienta, preconceituosa e despótica é algo mais que criminoso. Paccelli não seria o primeiro Papa de mãos sujas a ser santo visto que na antiguidade, o simples fato de ser Papa já garantia a canonização, mas o que este homem fez é condenável. Que o diabo o tenha ao lado de Hitler, Mussolini e de tantos outros crápulas que a história produziu.


Mais sobre esse interessante tema, fica a dica do livro O Papa de Hitler, de John Cornwell, em que o autor conta a história de Eugenio Paccelli, como ele subiu ao papado e como se tornou amigo dos católicos nazistas. Leitura obrigatória e consistente pra quem se interessa em saber o real papel da Igreja durante tão negros anos.

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