sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Agora é só esperar.



Foram sorteados os grupos da Copa de 2010. Agora, as 32 seleções sabem contra quem jogarão. Não se pode dizer que houve, exatamente, nenhuma barbada, mas em vários grupos, as forças estão muito pareadas e é difícil dar como certo os classificados. Vamos analisar cada um dos oito grupos definidos na bela cerimônia que teve a participação da ótima cantora Angelique Kidjo e da bela atriz Charlize Theron além de outros astros africanos.

Grupo A – África do Sul, México, Uruguai e França – Os donos da casa abrirão o Mundial contra o México, mas o sorteio não foi feliz para os sul-africanos. Ainda que estejam em baixa em seus continentes – o México, principal potência da Concacaf, garantiu a vaga nas últimas rodadas estando ameaçado, até de não ir à Copa e a França, na repescagem de forma irregular –, os Bleus e os mexicanos são equipes fortes e tradicionais que podem por em risco a tradicional classificação do país sede. Correndo por fora e com um time também tradicional, mas também enfraquecido, o Uruguai também pode endurecer, mas dos três adversários é o mais “fácil” de ser vencido pelos comandados de Carlos Alberto Parreira.

Grupo B – Argentina, Nigéria, Coréia do Sul e Grécia – Em condições normais, poderia-se dizer que a Argentina é franca favorita num grupo relativamente fácil. O problema é que a Argentina está longe do seu melhor futebol e assusta até o mais afincado torcedor. Figurando como segunda força do grupo, a Nigéria também não tem mais os grandes times dos anos 90, quando se cogitou, até, em vencer um Mundial. Mesmo assim, em tese, a habitué Coréia do Sul e a cascuda e retrancada Grécia não parecem desafios a altura. Se Messi e seus colegas jogarem tudo o que sabem, a Argentina vence fácil o grupo. Se não...

Grupo C – Inglaterra, EUA, Argélia e Eslovênia – Apontada como uma das favoritas ao título e com um time muito bom, a Inglaterra acha-se num grupo sem muitos problemas. O maior adversário será os Estados Unidos, que chegaram à final da Copa das Confederações engrossando a vida do Brasil. Ou seja, os ianques não têm medo de camisa. A Argélia se classificou de forma dramática contra o Egito e a Eslovênia surpreendeu o mundo batendo a Rússia na repescagem européia. Com muito esforço, podem brigar pela segunda vaga. Mais do que isso seria utopia.

Grupo D – Alemanha, Austrália, Sérvia e Gana – Um dos grupos da morte desse Mundial. A Alemanha está longe dos esquadrões que montou no passado e vem se mostrando uma equipe inconsistente em amistosos e, mesmo nas eliminatórias. É a virtual favorita. Contra ela, foram sorteadas uma emergente Austrália, que teve uma boa participação na última Copa, a depurada Sérvia, que tem grandes craques atuantes pela Europa e mundo afora e, agora, sem jogadores da ex-Iugoslávia e Montenegro e uma boa Gana, uma das melhores equipes africanas do momento. Uma das vagas é da Alemanha, a outra está em aberto.

Grupo E – Holanda, Dinamarca, Japão e Camarões – Outra favorita para o Mundial, a Holanda tem contra si a história de morrer na praia mesmo com grandes times. No entanto, a atual geração holandesa é muito pródiga em talento. A Dinamarca se classificou em primeiro lugar no seu grupo jogando Portugal para a repescagem e eliminando a Suécia de Ibrahimovic. Ou seja, não são bobos e a história mostra isso. Sempre que foram pra Copas, a Dinamarca foi bem. Camarões, por sua vez, se não tem mais os craques de outrora, conta com Eto’o, um dos atacantes mais decisivos do futebol atual, o que pode ser o suficiente ou muito pouco. Por fim, o Japão não parece assustar.

Grupo F – Itália, Paraguai, Eslováquia e Nova Zelândia – A atual campeã mundial enfrenta um momento complicado. O time é envelhecido e os novos e promissores nomes ainda não estouraram. Gente como Cigarini, o temperamental Ballotelli, que pode ser o primeiro negro a vestir a Azzurra, Iaquinta e o brasileiro Amauri, provável reforço, e outros ou ainda estão devendo ou são incógnitas. Para enfrentar o Paraguai, a atual terceira força sul-americana que pode aprontar, e a surpreendente seleção eslovaca, o outro lado da Revolução de Veludo, camisa e melhor futebol podem garantir a Itália. A Nova Zelândia comporá o grupo apenas para tentar um empate num dos seus embates ou não fazer vexame.

Grupo G – Brasil, Coréia do Norte, Costa do Marfim e Portugal – Pelo começo do sorteio, quando veio a Coréia do Norte, a torcida brasileira sonhava com um grupo fácil ao estilo Turquia, China e Costa Rica, como em 2002. Ao final dele, a composição foi bem mais dura que se imaginava. Será uma chave com muitos craques. Gente do calibre de Kaká, Luis Fabiano, Cristiano Ronaldo e Didier Drogba, que estariam em qualquer seleção dos melhores da atualidade. A Costa do Marfim vem pra mostrar que a boa atuação em 2006, quando foi eliminada mesmo complicando as vidas de Holanda e Argentina, não foi casuísmo, mas competência. Tanto que chegou à África do Sul invicta nas Eliminatórias. Portugal foi irregular o tempo todo correndo o risco de não se classificar. Resultado, classificação suada contra a Bósnia na repescagem. A segunda vaga está aberta. Por fim, os norte-coreanos voltarão pra casa com a recordação de ter enfrentado grandes nomes do futebol mundial e alguns autógrafos.

Grupo H – Espanha, Suíça, Honduras e Chile – Apontada como uma das principais favoritas ao título, a Espanha chega à África do Sul com um time muito forte, mas com a velha pecha do “joga como nunca, perde como sempre”. Num grupo como este, a Espanha só precisa se preocupar com as fases seguintes. A Suíça, que teve uma participação honrosa nas eliminatórias e na última Copa, quando alcançou as oitavas de final, tem uma boa equipe e expectativas positivas com suas seleções de jovens. Um pouco abaixo, mas com possibilidades de surpreender, está o Chile, com uma equipe esforçada e que se fia muito mais em seu técnico, o argentino Marcelo Bielsa, e na estrela do ex-palmeirense Valdivia. Honduras vem pra ser o fiel da balança e pra roubar pontos dos favoritos.

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