sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Comentariozinhos finais final

E chegamos, ao último capítulo de comentários analisando os participantes deste emocionante campeonato brasileiro. Vamos dar uma olhada agora nos quatro classificados para a Copa Libertadores, com direito a gente que ganhou a vaga no fechar do caixão.


Cruzeiro – Não fosse a perda da Libertadores para o Estudiantes, sua campanha medíocre durante ela e a demora do time em se recompor deste baque, o Cruzeiro seria, seguramente, franco favorito ao título. Basta conferir sua campanha no segundo turno em que a Raposa voou com uma equipe muito boa. Se Ramires, grata revelação, se foi, ficaram, ainda que muito procurados Kleber, Wellington Paulista e Thiago Ribeiro, que deram o tom no time azul. Chegaram o promissor Guerrón, que estava desacreditado, mas se recuperou além da experiência internacional de gente como Gilberto e Caçapa. E no gol, ainda tinha a segurança do ótimo goleiro Fábio. Com tudo isso, o Cruzeiro se recuperou e conseguiu na última rodada a vaga ao torneio continental deixando fora o virtual Campeão Palmeiras.


São Paulo – Outro time que começou mal o Brasileiro devido à total atenção à Libertadores, o tricampeão brasileiro mostrou que a máxima de que “em time que está ganhando não se mexe” não é tão infalível assim. Se a ausência do líder e principal astro da equipe, Rogério Ceni, por boa parte do campeonato devido a uma grave lesão atingiu em cheio o moral do time, a inoperância de craques como Miranda, Hernanes e Richarlyson, que demoraram pra acordar, contribuiu para que o time chegasse, até, o extremo oposto da tabela. Some-se a isso os estrelismos de atletas medianos como Hugo e Dagoberto e o mal aproveitamento do sempre salvador Borges e a conseqüente demissão do técnico Muricy Ramalho, que foi substituído pelo desacreditado Ricardo Gomes esquecido na França. Gomes consertou o time, fez tais mediocridades, principalmente Dagoberto, serem atores principais, mas a inconstância do time matou o tal Jason que a torcida tanto ufanava.


Internacional – No ano de seu centenário, o Colorado direcionou todas as forças para o Brasileiro uma vez que a Copa do Brasil foi perdida. E foi um dos times mais regulares do torneio. Na primeira fase, sobreviveu com os gols de Nilmar, artilheiro como poucos, e sobreviveu à sua saída com o talento de Andrezinho e D’Alessandro. O banco contou com o bom Alan Kardec, vindo do Vasco, e a zaga ficou segura com a volta de Fabiano Eller, expulso do Santos por ser protestante. Comandando esse elenco estrelado, o argentino Guiñazú mostrou o melhor da raça portenha. O time fez bonito sob a batuta do competente técnico Tite e manteve o gás com Mario Sergio, chamado pra conduzir o barco nas rodadas finais. Deu resultado. O Inter virou o primeiro tempo da última rodada como campeão e, não fosse o gol de Ronaldo Angelim sobre o rival Grêmio no Rio, seria campeão com toda a justiça. No fim das contas, o time foi muito bem.


Flamengo – Apontado como parte do meio da tabela e, pelos menos crentes, até candidato ao rebaixamento, quem apostou no título do rubro-negro deve ter ganho uma boa grana. Com um elenco mediano, o time foi se fortalecendo com o andar da carruagem. Primeiro, chegou Adriano, descontente com a Europa. Depois veio Petkovic, a quem o clube devia um bom dinheiro e acordaram um contrato e, por fim, o chileno Maldonado, ídolo no Cruzeiro e no Santos e encostado na Europa. Além disso, o time deu o bilhete azul para Cuca, execrado pela torcida, e promoveu Andrade, velho ídolo flamenguista dos anos 80 e que estava na base. Tantos valores agregados só podiam dar bons resultados. Maldonado continuava a fera de sempre no meio campo, Petkovic foi o cérebro do time e melhor jogador do campeonato e Adriano reencontrou a felicidade de jogar futebol bem como o caminho do gol. Com tamanha briga pela ponta, enquanto todos roubavam ponto de todos, o Flamengo chegou na briga e, nas últimas rodadas, tomou a liderança que por um momento viu nas mãos do Inter. Mas Ronaldo Angelim devolveu a alegria à grande torcida com um campeonato depois de dezessete anos.

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