sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Que merda!

Ontem, o presidente Lula, num discurso em São Luís, ao falar sobre os investimentos do Governo Federal em saneamento básico disse que não importa de que partido é o governante, mas que ele quer saber se o povo está na merda e quer tirá-lo da merda que se encontra. Lógico que isso mexeu com os direitóides babacas dizendo que isso não é coisa que um presidente diga. Cai-se de pau no Lula como se esperassem qualquer coisinha pra falar mal. Esquecem-se do contexto, do sentido em que a palavra merda foi usada (afinal, se o negócio envolvia saneamento, logo se liga a esgoto e onde, além da cabeça dos que criticam o Lula tem mais merda que esgoto?). Enfim.


O problema é que essa gente que critica o Lula pelos palavrões se esquece que seus grandes ídolos de direita, a começar pelo ex-presidente FHC, também não são tão eruditos e imunes a termos chulos. Afinal, não foi o Lula quem chamou os aposentados de vagabundos, ou foi? Ele teria inventado os neologismos fracassomaníacos e neobobos? São ofensas, ainda que seja com palavras descabidas, mas também não tem nada de educação. E o pior que o nosso glorioso sociólogo atirou até contra os seus chamando os usineiros de sem-vergonha. Ou seja, falar bobagem não é privilégio do nosso presidente popular. Aí lembram da Marta e do relaxa e goza, mas se esquecem do Kassab dando pé no ouvido de gente chamando ele de vagabundo. Afinal, o Kassab é intocável. E pra encerrar – e sempre frisando – tem sempre o caso do finado Alborghetti, para quem “merda” era o que lhe vinha a boca num dos poucos rompantes de boa educação.


Mas é que ele, o FHC e o Kassab são polidos e eruditos e o Lula é um analfabeto. E analfabeto é assim mesmo, sem classe e fala palavrão a torto e a direito. Vamos crucificá-lo. Assim pensam os merdas que não gostaram da merda do presidente. Talvez não lhe tenham pago os direitos de imagem.

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