sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Faça o que tu queres



Há algumas semanas, postei aqui uma resenha sobre o especial Por Toda Minha Vida sobre o Cazuza. Sobre ele, eu disse que era um gênio que nasceu no tempo errado, na época errada. E é verdade. Elenquei também outros nomes e um destes foi tema do mesmo programa ontem.

Muito mais que Cazuza, se teve um sujeito que nasceu e viveu numa época que não era a sua, esse foi Raul Seixas. Genial, intenso, irreverente e com um dom sem igual de criar, mais que músicas, hinos, o velho Maluco Beleza não deixou fãs, mas seguidores. E esse papel de messias, como se vê no programa, o incomodava.

Raul era um cara que dividia exato o reflexivo do engraçado, o profundo e o acessível. Ande pela rua e você encontrará alguém que conhece, se não inteira, pelo menos os principais refrões de várias músicas do homem. Raul viveu num tempo em que os bons se sobressaíam por ser bons. E Raul era ótimo. Criado sob a batuta do rock, conseguiu jogar tempero brasileiro em suas influências de Elvis e outros rockers de sua geração. Infelizmente, como todos os gênios, terminou sua vida de forma triste nas mãos de um dos piores vícios da vida moderna. Fuga? Prazer? Não. Consciência. Raul pode ter deixado ir o corpo, mas vinte anos depois, ainda vive em sua obra eterna.

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