domingo, 21 de fevereiro de 2010

Briga na Radiantes


Fiquei sabendo via Blog do Paulinho que o Oscar Roberto de Godói, comentarista de arbitragem da Band, foi demitido daquela emissora. Godói teria criticado a direção da casa, o que, segundo o jornalista, foi fato, mas ele afirma que a coisa estava armada de antanho. Pelo que consta, parece que o chefão do departamento de esportes da Band, o inacabável Luciano do Valle, teria pedido a cabeça dele e do comentarista Neto. Eu, sinceramente, fui surpreendido com a notícia, embora não devesse ser. É famoso o vídeo em que Luciano esculacha seus colegas reclamando que ambos não têm diploma de jornalista e que o canudo é imprescindível pra se trabalhar com ele. Ficou célebre, também a senhora defesa que o jornalista, sem diploma assim como Luciano do Valle, Jorge Kajuru fez de ambos comentaristas da forma mais kajuruana possível.


Eu sinceramente, não sabia disso. E se não fosse o referido blogue, morreria sem saber porque há muito perdi o tesão de assistir futebol pela TV. Na verdade, há tempos, perdi o tesão de ouvir futebol pela TV. Pelo menos pela TV aberta. Quais as opções que o telespectador sem acesso a um sistema fechado tem? Ou a Globo e ter que aturar as imbecilidades ditas pelo Galvão Bueno, cada vez mais ridicularizado e desacreditado e comentaristas sem sal que não saem do óbvio como o Caio ou o Dada, em Minas. A outra opção é a Band, do veteraníssimo Luciano do Valle com os comentários acaipirados do Neto e a bronquice do Godói. Qual a solução encontrada por este blogueiro? Ligar a TV, deixar no mute e ouvir o jogo pela rádio. Se a rádio transmitir jogo A e a TV jogo B, sem dúvida, prefiro poupar meus olhos míopes.


Luciano do Valle é, sem dúvida, o melhor narrador televisivo da história desse país. Com uma emoção radiofônica, Luciano conseguia ser menos viciado e ponderado em suas narrações. Absurdos como as pachquices descaradas do Galvão Bueno, que considera um Zé das Couves que joga no Arranca-Toco melhor que o Messi pelo simples fato daquele ser brasileiro, eram raros numa transmissão do Luciano. Verbos conjugados em tempo perfeito: Conseguiam e eram.


O que houve é que Luciano, como todo mundo e qualquer coisa viva que exista na face da Terra, envelheceu, perdeu ritmo, perdeu timing, isso sim, imprescindíveis para um narrador esportivo. Hoje as narrações do Luciano do Valle parecem ser totalmente distintas do jogo que o telespectador vê na tela. Além de perceber um lance com um delay considerável, Luciano é daqueles que, do alto de sua cabine, consegue confundir um tipo que lembre o Pelé com um Ademir da Guia, um negrão com um jogador de brancura escandinava. Triste. Pior são situações realmente vergonhosas como a já referida neste blogue em que o narrador confunde a emissora, aquela para a qual ele torce e que lhe paga no fim do mês, com sua maior concorrente. Lapso? Sim, mas quando a coisa começa a se tornar exageradamente regular, o lapso passa a ser cotidiano.


Luciano do Valle tem vários desafetos na TV brasileira, mas todos eles reconhecem o seu valor enquanto narrador esportivo. Narrador esportivo e não jornalista, o que ele não é de direito e se tornou de fato como muitos outros tantos piores ou melhores que ele. Uma pena que uma emissora sempre reconhecida pela competência de seu departamento esportivose esvaia dessa forma. Competência construída, sim, por esforços imedidos do Luciano do Valle, homem que trouxe diversos esportes para a grade televisiva brasileira popularizando muitos e transformando outros em mania (quem conhecia futebol americano nesse país antes do Luciano trazer algumas transmissões via Bandeirantes? E a Indy?). Seria de bom tom que a Band repensasse o papel do Luciano afastando-o das câmeras. O homem não precisa provar mais nada pra ninguém. Tem vários serviços prestados para a televisão brasileira, mas a sua exposição além do seu “tempo útil” só o desgasta e o faz passar ora por antipático ora por déspota em seu departamento ora por um pândego que parece não ter idéia do jogo que vê,

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