domingo, 30 de agosto de 2009

O ocaso de um ídolo

Ronaldinho Gaúcho apareceu para o futebol em 1996 no Grêmio. Ainda molecote, desequilibrou um Gre-Nal dando dribles desconcertantes num volantão do Inter, homem de história na seleção brasileira, um tal Dunga. Em 1997, apareceu estreou na Seleção Brasileira numa partida com a Venezuela em que ele fez um golaço. Dali, o menino foi valorizado, a Europa foi atrás do menino gaúcho, o que fez com que o Grêmio pendurasse uma lendária faixa avisando que não o venderia. Mas logo, ele foi pro paris Saint Germain e, de lá, pro Barcelona onde ele arrebentou e foi eleito duas vezes o melhor jogador do mundo.


Ronaldinho foi campeão mundial em 2002 e, em 2006, naufragou junto com aquela seleção. E desde então, a carreira do atleta desgringolou. Ronaldinho tornou-se um jogador displicente, sem qualquer vontade em campo e, pior que tudo, sem profissionalismo. Seu último ano no Barcelona conseguiu apagar toda a admiração da apaixonada torcida. De repente, o cara começou a ser notícia mais pelas suas noitadas do que pelo seu desempenho em campo. O jogador que, num clássico com o Real Madrid, arrancou aplausos da torcida rival com uma atuação magistral ficou mais e mais apagado, chegou a freqüentar o banco de reservas e foi escurraçado. O Milan o recolheu esperando que Ronaldinho recuperasse seus melhores dias. Mera ilusão.


Ronaldinho parecia acabado para o futebol. Ano passado, teve o desconto de vir no meio da temporada italiana, não ter entrosamento com a equipe e algumas contusões. Esse ano, tornou-se uma imposição de Silvio Berlusconi, presidente do Milan, a Leonardo. Obedecendo a decisão do patrão, o gaúcho vem sendo escalado. Sem sucesso. E ontem, no clássico contra a Inter, após uma acachapante derrota, a constatação que Ronaldinho é dispensável: Vaias contundentes da torcida milanista. Prova cabal que Ronaldinho não encaixou no time. Não por falta de talento, mas por falta de vontade.


Esse têm sido o mal do Gaúcho. Falta de vontade. Mais e mais, ele mostra que jogar futebol não lhe apetece como antes. Não é absurdo. Financeiramente, o homem já conseguiu o que queria e o que não queria. Tem uma fortuna farta, dentro do mundo futebol já alcançou tudo o que se podia esperar. Natural que o futebol tenha lhe cansado, tenha perdido o gosto, porque ele já chegou no topo. O problema de chegar nele é se manter. Quem não consegue ou fica no meio termo e é lembrado em seu auge ou, simplesmente, cai para o inferno. Ronaldinho está tomando esse caminho de forma rápida. Se o futebol não lhe entusiasma, a melhor solução era pendurar as chuteiras. Gênios são aqueles que param no auge. E Ronaldinho vem mostrando não ter nada de gênio.



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