quinta-feira, 9 de julho de 2009

Se todos fossem iguais a você...

Há exatos vinte e nove anos morria aquele que, nas palavras de Carlos Drummond de Andrade, mais do que escrever poesias, viveu como poeta. Estou falando do Poetinha Vinicius de Moraes. O diminutivo, a despeito dos críticos que rebaixam sua obra como algo menor, é descabido, afinal se muitos escreveram poesia, Vinicius conseguiu transpor para o verso o mais fino sentimento, o mais puro lirismo trafegando por diversos temas.

Boêmio e amigo da noite (que, em suas palavras, amava a noite, a música, o mar, a mulher, o álcool e o fumo), Vinicius aproveitou de suas paixões por uma vida toda. Amou o Rio de Janeiro, que lhe dava o mar e a música – vale lembrar que ele foi um dos fundadores da Bossa Nova –, amou a noite e o álcool (quem mais diria que o uísque, o melhor amigo do homem, é o cachorro engarrafado?), amou o fumo, que lhe deu um edema pulmonar, e as mulheres em seus nove casamentos.

Conheci Vinicius quando eu era moleque pelos discos dos meus pais e me encantei por ele adolescente quando me caiu nas mãos a antologia Soneto de Fidelidade e outros poemas. Diria que o Soneto da Fidelidade é, na minha opinião, um dos dez poemas mais ilustrativos do cancioneiro brasileiro de todos os tempos ao lado da Canção do Exílio de Gonçalves Dias ou Profissão de Fé, do Olavo Bilac. Foi através de seus versos que um dia resolvi me meter a escrever e sua forma bastante famosa, os sonetos, de certa forma terminaram me viciando também.

Enfim, Vinicius de Moraes, pra quem gosta de poesia, é viciante e influência certa pra quem quer escrever além de inspiração pra quem ama. E pra completar essa homenagem, fica aí o Samba pra Vinicius de Chico Buarque e Toquinho, cantado por ambos mais o Quarteto em Cy em duas épocas. Saravá.




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