quarta-feira, 8 de julho de 2009

Acabou (acho)

Ontem foi funeral do Michael Jackson. Quando passou pela TV, eu estava andando por Prudente com uma amiga e vimos um pedaço da apresentação (melhor nome pra dar ao tal funeral) numa loja que exibia uma TV sintonizada no acontecimento do dia.

De pronto, me lembrei de um colega meu, fã do Michael Jackson. Fã até demais, daqueles que se caracterizava como ele e dançava igual. O problema que suas performances nem sempre se davam em locais apropriados. Não tem problema. O cara podia ser esquisito, mas não era um mau sujeito.

Perdi o contato com ele. Ou seja, não sei como ele reagiu a tudo isso. Como foi coisa de adolescência, talvez pro cara fosse só o fim de um cara que marcou uma fase da vida dele. Transpondo pra mim, não seria nenhuma comoção, coisa de choros se eu soubesse que o Axl Rose morreu. E o Axl, como o Guns, marcou minha adolescência, mas hoje está por aí pagando mico.

Não foi o que aconteceu com os fãs que estavam lá no ginásio do Lakers. Os presentes eram fãs de um Michael que não existia mais, de um Michael que muitos ali sequer chegaram a conhecer, afinal quem tem menos de vinte anos sequer pensava em existir quando Jackson foi Michael Jackson. Na verdade, eu mesmo, quando ele estava no seu auge, mal me entendia por gente.

Pra se ter uma idéia, o primeiro sucesso solo de Michael Jackson, Don’t Stop Till Get Enough, é de 1979, ano em que eu cheguei a este mundo. Em 1982, o moço lançou Thriller, seu álbum maus famoso, o clipe que revolucionou a música. Dele eu me lembro. Eu tinha quatro anos e morria de medo quando ele virava lobisomem. Fui crescendo com o sucesso de Michael e cheguei a idade adulta com um Michael totalmente diferente daquele que eu vi quando criança. Ima situação emblemática pra mim foi tentar convencer uma prima minha, de dez anos enquanto eu já devia estar com uns 28, que aquele negão dançando Thriller é o mesmo boneco de cera esquisito que ela vê todo esquisito.

Mas agora Michael Jackson morreu, recebeu uma homenagem póstuma de dar inveja a qualquer megaevento e sai de cena cercado de tantas dúvidas que ou cercaram em vida. Onde vai ser o enterro? Onde está o corpo de Michael Jackson, que não sequer foi focalizado no funeral? O que vai ser de agora em diante com a família? E os filhos, que o reconhecem através de uma das filhas, como um ótimo pai? Michael Jackson não foi uma pessoa normal em vida e não teve uma passagem normal.

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