Numa semana em que tivemos um golpe militar em Honduras mostrando que ainda há resíduos dos anos 60, no lado de baixo tivemos outra grave demonstração de que a turma da direita não é muito simpática à democracia e nem a questões incômodas. Quando foi entrevistar o senador, ex-presidente e escroque José Sarney, o repórter do programa CQC, Danilo Gentilli, foi agredido por seguranças pessoais do parlamentar.
Há questões sobre o livre acesso de um programa humorístico na casa do povo como há quem questione se o que faz o CQC pode ser chamado de jornalismo. Na opinião deste que vos escreve, sim, é uma modalidade de jornalismo. Se não é a mais correta ou a mais formal, é a mais irreverente e, por isso mesmo, a que mais constrange políticos de honestidade duvidosa. E isso, para cidadãos críticos, é uma poderosa arma.
Não é a primeira vez que Danilo Gentilli e, por extensão, o CQC é coibido em seu exercício. Ano passado, o programa foi simplesmente proibido de fazer matérias na Câmara. A pressão feita pelo programa via net e pela própria imprensa terminou revogando a proibição.
José Sarney está numa corda bamba com seus atos secretos que deram emprego pra familiares e pessoas próximas. Ou seja, estamos pagando a patota do coronel maranhense. Aí, de repente, chega um repórter e é agredido justamente por questionar isso? É pra isso que se elege um senador? Triste ver que um homem que deveria representar seu estado (que diga-se, nem é onde ele vive) e tem fortes ranços do regime militar que ele encerrou se portar como aqueles que o antecederam. O vídeo, que ainda não foi ao ar, vazou pra Internet. E está aí.
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