quarta-feira, 9 de setembro de 2009

The Worst of...

A Playboy deste mês fez uma edição especial voltada para a música. Tema que eu adoro, curti, fora o ensaio da bela Bárbara Borges, mais o conteúdo jornalístico (sim, de vez em quando eles acertam) do que o masculino. E vem uma boa entrevista com o Ney Matogrosso, uma matéria com as ditas cantoras gostosas do Pop (Música para os olhos, só se for, porque pra ouvir, dispensa-se) e uma breve entrevista com a bela e talentosa Luíza Possi. Mas, a matérias que mais me chamou a atenção foi a sobre os dez piores discos da música brasileira. De plano, digo que listas são coisas complicadas de lidar porque são em todo contestadas. Nunca serão unânimes, por melhor que isso seja. Agora escolher o que é PIOR é muito mais difícil de escolher do que o que há de melhor. Mas essa pesquisa, eu achei extremamente interessante porque concordei em muito com ela. Comentarei aqui alguns dos piores escolhidos aos quais sublinho a escolha.


Oxigênio (Jota Quest) – Os jurados definiram bem o disco. “Ele marca o fim de uma banda legal de soul music e o nascimento de um grupo pobre – de melodias e letras”. E é isso mesmo. Uma banda que fez uma releitura sensacional de Hyldon em “As Dores do Mundo” decaiu para algo absurdamente fraco como “O que eu Também Não Entendo”. De um grupo promissor, uma renovação no rock brasileiro com músicos talentosos, o Jota Quest virou carne de vaca, algo comercial e absolutamente dispensável.


Aqui Ali, Em Qualquer Lugar (Rita Lee) – De roqueira símbolo do Brasil, tia Rita fez um disco tenebroso. Versões abomináveis de músicas dos Beatles em ritmo de bossa nova. O próprio nome do disco, que remete a Here, There and Everywhere já dá dicas que o trabalho alude aos Beatles, que não mereciam tamanha picaretagem vinda do lado sul do Equador.


As Dez Mais (Titãs) – Esse disco foi o terceiro de uma trilogia que começou boa. O disco Acústico MTV, de 1995, foi um sucesso e com ele a banda revisitou clássicos inesquecíveis com a roupagem acústica celebrizada pela emissora. O problema foi que, depois dele, os Titãs repetiram a fórmula sem o mesmo sucesso em Volume 2 com sua famosa versão de “É Preciso Saber Viver” de Roberto Carlos e desembocou nessa. Dez Versões que misturaram desde Roberto Carlos a Mamonas Assassinas. Uma salada de covers ruins, arranjos bons em material dispensável. Depois disso, Marcelo Frommer morreu e Nado Reis saiu da banda. Mas o Titãs já tinha acabado antes.


4 (Los Hermanos) – Escrever sobre o Los Hermanos é quase covardia. Um grupo que aparece na cena musical com uma porcaria grudenta chamada Anna Julia e segue querendo parecer grupo sério não poderia ter um disco somente nessa lista, mas todos. Salvo uma exceção aqui e ali de boa letra, os barbudos cariocas não são dignos de muita consideração acerca da escolha a não ser esta.


25 de Dezembro (Simone) – Simone lançou com esse disco uma nova moda seguida por outros artistas depois: a de ganhar uns trocados gravando músicas natalinas. No caso, ela conjugou isso com a data de seu aniversário. Depois dela, Chitãozinho e Xororó fizeram o mesmo. O problema é que Simone conseguiu estragar diversas pérolas e criar versões constrangedoras. “Então é Natal”, versão de “Happy X-Mas”, entrou pra lista dos tantos clássicos internacionais que artistas brasileiros fizeram questão de estragar.


Tribalistas (Tribalistas) – Projeto de autoria da reverenciada Marisa Monte, do multimídia e vanguardista Arnaldo Antunes e da excrescência Carlinhos Brown, o disco tem um tom mais intimista, mais caseiro. As letras, realmente, parecem ser escritas em casa naquele momento de ócio criativo. “Já Sei Namorar” foi trilha de novela na época e comprovou-se plágio de “Family Affair” do Sly & Family Stone. Ruindade previsível em tendo no meio o batuqueiro baiano e genro do Chico Buarque.


Ana e Jorge (Ana Carolina e Seu Jorge) – Segundo a matéria, este disco foi eleito o pior de todos os tempos. A intenção foi boa, afinal juntou-se um aclamado Seu Jorge com uma já celebrada Ana Carolina. O problema foi a completa distância entre os dois. Um sambista e uma cantora da MPB com quedas para o rock poderiam se encontrar e fazer algo sensacional como algo dispensável. Com “The Blower’s Daughter” de Damien Rice (mal, tristemente) vertida pra “É isso Aí”, perdeu-se a chance de algo potencialmente bom, mas certamente inspirou outros encontros esdrúxulos como Calypso e Paralamas do Sucesso, Chitãozinho e Xororó e Fresno a saírem do papel e virarem programa na MTV. É isso aí.

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