quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Circo pegando fogo

Briatore foi mandado embora da Renault. O círculo se fechou apertado pra cima da Renault. Usando a célebre frase do Lula, nunca antes se vira tamanha calhordice na Fórmula 1. Muda o quê na prática? A modalidade perde um de seus personagens mais controversos e mais suspeitos. Briatore colecionou diversas inimizades e desafeições nos cockpits. Seja com Nelsinho, com quem a relação ficou mais feia que marido e mulher em separação litigiosa, seja com outros pilotos. Competente? Sim, mas nem por isso, imprescindível.


A montadora francesa já cogita o tetracampeão Alain Prost para substituir Briatore. Uma escolha técnica, em termos, acertada. Não se descure jamais que estamos falando do segundo maior vencedor de grandes prêmios de todos os tempos, o terceiro em número de títulos e um cara que recebeu a alcunha de “professor” não por acaso. O problema é que Prost já atuou do lado de fora da pista e não foi tão brilhante quanto. De 1997 a 2001, sua equipe, a Prost Grand Prix fez papel discreto na competição e chegou à falência em 2002. Agora Prost não seria dono da equipe, mas seu manager, o homem que intermedeia o que acontece fora das pistas com os pilotos. E disso, certamente, ele entende.


Porém, o caso todo exigiria, mais que a punição de Symonds e Briatore, demitidos, punição na esfera criminal bem como Nelsinho e bem como a Renault, afinal o nome da escuderia está em jogo e ela tem tanta culpa no cartório quanto. Se quiser tirá-lo da lama, o que seria de bom grado, que reverta os possíveis prejuízos contra os autores. De qualquer modo, essa história toda não pode nem deve parar numa simples demissão e na substituição de um sujeito sem caráter por um campeão.

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