terça-feira, 22 de setembro de 2009

Mudanças pra pior

Este blogue não é dado a ficar fazendo conjecturas sobre o vaivém de artistas e celebridades entre as emissoras de televisão. Se quiser fazer novela noutra emissora, faça; se quiser apresentar outro noticioso, apresente. A televisão anda tão pasteurizada que, para mim, não faria a menor diferença ligar no Jornal Nacional e ver a cara provecta do Boris Casoy.


Mas soube por sites de confiança discutibilíssima como Ego e quejandos que pode haver uma debandada geral dos apresentadores do CQC para outras emissoras como a contratação de alguns apresentadores do Pânico na TV, sobre o qual já falei várias vezes aqui, por outras emissoras. Minha opinião sobre isso é sucinta: Um suicídio de popularidade para os contratados.


A começar pelo Pânico, que é um programa irreverente, um tanto subversivo e agressivo, mas tem aí sua razão de ser. Evandro Santo faz o Cristian Pior, que é o melhor personagem do programa atualmente. Na pele do estilista de humor ácido, mas simpático, Cristian vem criando jargões que agradam o público e é bem recebido pelos seus entrevistados. Muito bem, a Record quer contratá-lo. A pergunta é pra quê? Há alguns anos, a emissora do bispo Macedo tirou do Pânico os humoristas Vinicius Vieira, que fazia o Gluglu e o Mano Quietinho, e Carlos Alberto Silva, o Carlinhos, que fazia o Mendigo e o presidente Lula. A utilização dos dois no programa de Tom Cavalcanti foi pífia e Carlinhos foi aproveitado entre os participantes do reality-show A Fazenda. Possível mesmo destino de Santo se for pros lados da Barra Funda. Além disso, o Pânico faz sucesso com o conjunto e dificilmente um elemento sozinho alcançaria o mesmo sucesso sem a trupe


E depois, o CQC, que é – disparado – o programa de humor mais inteligente da atualidade e dos últimos vinte anos e está ameaçado de perder o Danilo Gentilli e o Oscar Filho, também, para a Record e Marco Luque para a Globo que pretende utilizá-lo Zorra Total. Simples. Se saírem do programa que os projetou, como Evandro, morrerão. Primeiro porque o que faz do CQC um ótimo programa não é um ou outro repórter, mas o somatório. Todos eles são muito bons e contribuem com sua parcela para o bom andamento do programa. Ademais, como o Pânico, a união dos sete humoristas, excelentes em seus shows estandape (sim, aportuguesei o termo, já tem anglicismo demais no nosso idioma), ao redigir seus textos como nas improvisações é muito melhor que um ou outro sozinho. Além disso, como foi dito, é muito difícil que a Record, hoje em franca disputa com a Globo, permita aos humoristas a liberdade que eles têm na Band.


Ah, sim, não falei do Marco Luque na Zorra Total. Nem precisa. Isso seria foder a concorrência sub-utilizando um grande talento, arte na que a Globo e o Zorra Total são especialistas.

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