sexta-feira, 1 de maio de 2009

Pãpãpãpã...


Hoje, primeiro de maio, completam-se quinze anos da morte de Ayrton Senna, um dos grandes pilotos que este país já teve e que, graças à Globo, foi alçado ao posto de segundo maior esportista brasileiro de todos os tempos. Mais que supervalorizar o piloto, mitificou o homem. Hoje, questionar Ayrton Senna chega a ser quase uma heresia.

Não é errado que Senna foi um grande piloto, mas não foi melhor que Nelson Piquet, por exemplo, também tricampeão e quase sempre desfavorecido na equipe, o que não aconteceu com o Senna, que sempre teve Berger como fiel escudeiro. Tampouco foi o melhor piloto de todos os tempos. Schumacher ganhou sete títulos contra três de Senna além de superar todos os recordes do brasileiro. Além disso, se analisarmos números de títulos, Fangio teve cinco contra os três. Se o critério for o número de vitórias, Prost também ganhou mais. Ou seja, o brasileiro não é o melhor, mas um dos melhores.

O que faz de Senna um mito é o fato de ser aquele pra que todos torcíamos nas manhãs de domingo, aquele que imortalizou o Tema da Vitória, originalmente criado para Piquet, e nos fazer imaginar dirigindo aquele carro em alta velocidade em circuitos perigosos, até que a Tamburello o parou diante de uma platéia que silenciou. naquele primeiro de maio de 1994 Mais um acidente? Sim, mas de repente, aquele acidente, seguido a outro que vitimou Roland Ratzemberger, não era emocionante ou engraçado com outros. Perdia-se ali aquele brasileiro que a Globo nos enfiou goela abaixo. E também as alegrias dos domingos.

É verdade que Senna nos deu alegrias, momentos emocionantes como a vitória em Interlagos em 1991, mas daí a considerá-lo um herói, um mito ia muito. O país sempre precisou de heróis. Desde Senna, buscou outro. Esperava-se de Barrichello. Debalde. De Massa, ainda há uma esperança, mas parece não evoluir muito além do que se está. Outros esportes foram inquiridos. Houve na época quem dissesse que Guga e seus títulos em Roland Garros pudessem dar as alegrias dominicais ao brasileiro. Guga e o tênis não convenceram. Por sorte, aquele ano, o Brasil foi campeão da Copa. E Senna, nem lá, foi olvidado.

Pessoalmente, eu nadei contra a maré. Enquanto muitos deixaram de acompanhar a F1 após Senna, ele foi o ponto de partida do meu interesse. Já havia visto muitas corridas, mas sem acompanhar como faço hoje. Inegável, no entanto, esquecer a vitória de 91, que é minha homenagem (apesar da torcida do Galvão, que é o que estraga o vídeo) a este bom piloto e nada mais do que isso.


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