quarta-feira, 13 de maio de 2009

Correndo pra fora

A Ferrari já deixou claro. Se ano que vem a FIA adotar a medida do teto orçamentário Criada unilateralmente, sem consultar as equipes, a Fórmula Um pode se considerar com uma equipe a menos. Mas não seria uma equipe a menos. Seria a Fórmula Um em si.

Das equipes grandes e clássicas da Fórmula Um, a Ferrai é hoje, mesmo sem o sucesso esperado nessa temporada, a mais emblemática da categoria. Não é exagero. A Lotus, dona do carro mais bonito de todos os tempos e que deu um título a Emerson Fittipaldi, fechou. A Brabham, por onde Nelson Piquet foi campeão, fechou. A Willians ainda existe, mas é segunda força. Mesmo equipes menores e tradicionais também não existem mais. Quem se lembra da Tyrrell? Da Ligier? Da Minardi? São todas equipes tradicionais que, campeãs ou não, sempre despertaram a simpatia do torcedor. Assim, restam, das grandes escuderias da F1, a McLaren, que levou Lewis Hamilton ao título, e a Ferrari.

É sabido que a FIA vem dirigindo com mão de ferro a categoria. Não é a primeira vez em que equipes e instituição batem de frente. Esta idéia do teto orçamentário desagradou manifestadamente todas as equipes uma vez que pretende criar uma divisão entre as mais ricas, com privilégios, e as mais pobres, sem. Seriam duas competições numa só. Até aqui, só a Ferrari, mais do que se declarar contra, anunciou represália caso isso se mantiver.

Já está na hora das equipes e dos construtores se unirem numa espécie de liga independente da Fórmula Um e criar uma categoria em que elas definissem as regras. Algo parecido já aconteceu nos EUA com a Fórmula Indy. Devido a desentendimentos, em 1996, Tony George, dono do circuito de Indianápolis e da prova mais tradicional do automobilismo ianque, rompeu com a CART, a antiga detentora da marca. George criou a IRL, levou alguns dos pilotos da outra categoria de governo da CART, que passou a se chamar Champ Car. Ou seja, uma cisão nas atuais circunstâncias, em que Bernie Ecclestone criou raízes na cadeira da FIA, seria uma lufada de ar fresco na competição. Ficariam de um lado as equipes amotinadas e do outro as simpáticas à situação. Quem ganharia a parada? Só o futuro diria. Mas é bom lembrar que no caso entre CART e IRL, a dissidente foi crescendo com a tradição da Indy 500 a seu favor até que em 2008 a IRL se reunificou com a originária Champ Car, esta com sérios problemas financeiros do que se conclui que onde estiver a tradição estará o público e, conseqüentemente, estarão os patrocinadores.

A Ferrari tem um queijo na mão. Se a FIA não abrandar o tom, a equipe de Maranello forja uma faca facinho, facinho. E aí vamos ver quem durará.


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