segunda-feira, 4 de maio de 2009

Mico da Semana


Ok, ok... O Corinthians foi campeão com méritos, jogou bola de forma regular durante o torneio todo e se consagrou durante a fase de classificação como o Rei dos Empates, mas foi convincente na fase final, ganhou do São Paulo com sobras e eliminou o Santos no primeiro jogo e foi campeão com todos os méritos. Por mais que não se simpatize com o time, negar o louvor de um título invicto é desconhecer tudo de futebol.

Mas quem foi que teve a brilhante idéia de misturar, no pódio final, idéia cafona copiada da Copa de 2002, papel prateado picado com fogos de artifício? Ninguém imaginava que alguma coisa errada, tipo um incêndio provocado por uma fagulha, poderia ocorrer? O fogo no pódio ontem que por pouco não queimou o capitão do Corinthians, Willian, e transformou a comemoração do título numa tragédia. Isso claro, sem contar diversos outros “errinhos” como bolas furadas, placas de substituição que não funcionam. E também sem contar o derrame de ingressos falsos e o descaso da polícia com torcedores.

É este o País que quer avidamente sediar uma Copa do Mundo? É essa a organização que toma a frente num projeto que envolve dinheiro vultuoso e se cerca de todos os cuidados com os mínimos detalhes para que o maior evento esportivo do mundo seja um espetáculo midiático e, sempre, inesquecível?

Já se falou muito que o Brasil produz grandes jogadores e péssimos dirigentes, gente que ainda trata o futebol, não de forma romântica, pois romantismo pede paixão ao time e zela contra erros, mas de forma amadora, varzeana. Inconcebível que a final do maior torneio regional do País tenha duas bolas, ditas de alta tecnologia, que furem. Muito pior é deixar acontecer um princípio de incêndio quando o time vencedor ergue o troféu. Espera-se quatro meses para chegar o dia máximo e presenciar uma tragédia? Nem cabe comparar o futebol brasileiro, na sua organização, com os campeonatos europeus que, literalmente, aprende com os erros. Recentemente lembrou-se os vinte anos da tragédia de Sheffield, na Inglaterra, em que morreram 96 pessoas. Foi o estopim para que o futebol inglês, sempre lembrado pela violência dos seus torcedores e pela desorganização, se revolucionasse e se aliasse com polícia, imprensa, patrocinadores e criasse, simplesmente, a liga de futebol mais rica e interessante do mundo. Hoje o futebol inglês é, de longe, o mais forte da Europa e o de maior público. No Brasil, tivemos diversas tragédias, não tão graves quanto a de Hillsborourgh, mas marcantes e o que fez a polícia? Nada. Tudo continua rigorosamente igual. Ou seja, tanto fora de campo como, agora, dentro, o futebol profissional brasileiro carece de estrutura, seriedade e profissionalismo. Um país muito menor consegue organizar um torneio de 24 divisões sendo cinco em nível nacional e com público numeroso. E nem numa quinta divisão inglesa, num título de competição menor, veríamos tamanho desleixo (ou burrice) ao por em risco sua comemoração.

E ainda querem uma Copa do Mundo aqui...


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