domingo, 3 de maio de 2009

A beleza das formas


Ontem, eu conversava com uma amiga minha, moça esbelta, mas magra de ruim. Não aquela magreza anoréxica que se insiste em achar bonito, mas uma moça bonita fisicamente. E falávamos justamente sobre beleza. Sobre como hoje as mulheres, para serem bonitas, precisam praticamente abrir mão da saúde. Aí se vê essas mulheres pele e osso em que se contam costelas, mal tem enchimentos pra se notar. Coisa estranha. E falávamos, justamente, da Sophia Loren, musa dos anos 60, famosa pelas formas distribuídas. E da bela italiana, caímos na pintura de Renoir, o clássico quadro das Banhistas, que mostra um padrão de beleza vigente durante muito tempo, o da mulher recheada. É certo que nessa época a beleza da mulher corpulenta estava na possibilidade dela ser mãe de numerosa prole. O corpo mais robusto indicava fertilidade e moças assim seriam casadoiras em potencial. Renoir as despiu e fez um belo quadro.

Foi na segunda metade do século XX que a mídia começou a exigir menos carnes e mais formas. Sophia Loren e Jayne Mansfield eram magras, mas de magreza aceitável, porém com belos contornos. Aos poucos isso foi desaparecendo. Surgiu uma Kate Moss, magra de cair na primeira brisa e outras tantas modelos e misses seguiram. Recentemente, uma candidata à Miss Austrália causou polêmica por ser extremamente magra e sua participação no concurso foi discutida. No fim das contas, a moça não ganhou.

Nesse ponto concordo com minha amiga. Nada mais belo que um bonito corpo saudável. Seja ela uma fartura corada e sadia ou uma esguiez proporcional ao conjunto, a beleza está em se encantar com algo que nos inspire o bom cuidado com o próprio corpo e a preocupação com o estar bem acima das regras impostas para se obter uma beleza artificial.

Sophia Loren e Jayne Mansfield

Nenhum comentário:

Postar um comentário