sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Nunca antes na história desse país

Hoje, dia 1º de janeiro, estréia nos cinemas o polêmico filme Lula, o Filho do Brasil. Desde seu anúncio e sua avant-premiére a nossa inteligentíssima oposição tem acusado o filme de ser politqueiro, de ser objeto de campanha. Bobagem. Para os que dizem isso, fica a pergunta, antes de qualquer discussão: O Lula é candidato a quê? Ao que me consta – e apesar dessa mesma oposição ficar dizendo que o presidente queria um terceiro mandato, o que foi negado pelo próprio Luís Inácio – a candidata a presidente é a Dilma e ela não tem nada a ver com o filme. E pra eles é meio complicado imaginar que o sujeito não vai sair da sala de cinema direto pra votar. Em outubro é capaz do filme até ter saído de cartaz.


Uma coisa é preciso reconhecer desde que não se seja burro ou ignorante historicamente (nem vou falar político porque a coisa transcende o tema): O presidente Lula entrou pra história do País. Não por ser o presidente, mas pela sua história de vida. A presidência foi apenas a coroação de sua perseverança política. E ela é apenas o grand finale da sua vida. Tanto que o “presidente” sequer entrou no filme. A parte mais importante, sua liderança num tempo em que sindicatos eram malvistos. O resultado foram as prisões, (na qual segundo um idiota a quem só a Folha deu ouvidos e só insensatos deram crédito o presidente cometeu um estupro), o preconceito e uma forja política meio na porrada. Seria difícil que um cara que via o operariado tomando na cabeça por contas do patronato e das multinacionais tomasse partido deles. Seria uma grande canalhice. Infelizmente, só os canalhas o criticam.


O diretor Fábio Barreto, perguntado sobre seu ponto de vista, disse que não era lulista nem simpático à Dilma. Apenas exerceu seu trabalho de diretor, o que faz com maestria. Pragmático em excesso? Talvez, pelo menos abriu uma concessão a um tema interessante sem cair pro ridículo como fazem diretores de esquerda ou direita quando querem heroificar ou demonizar mitos. O filme do Lula, pelo pouco que vi e ouvi falar, parece ter a medida certa. Sem excessos ou babação de ovo. A verdade é Lula, fosse presidente ou não, merecia um documento que registrasse sua história de luta. Quem enfrentou a ditadura, criou um partido de origem popular (ainda que hoje esteja bem afastado do seu escopo inicial, mas é a “maturidade”...) e batalhou pela presidência merece ser retratado. Se depois disso, ele colocou o Brasil no centro do cenário mundial e angariou 80% de simpatia popular, foi só conseqüência.



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