terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Divagações sobre o PHND

Há uma grande discussão sobre o tal Plano nacional de Direitos Humanos, o PNDH, que os tucaninhos e globistas chamam de revanchismo do PT, ataque à democracia e outras bobagens. Pessoalmente sou a favor.


Primeiro porque é preciso escancarar de vez a história. É preciso conhecer a voz dos torturados e dos que perderam familiares durante o regime militar. Recentemente, a Argentina, numa atitude corajosa fez o mesmo. Infelizmente, os principais responsáveis pela barbárie que foram os anos da ditadura militar não podem ser punidos pois morreram. Mas os responsáveis pela tortura, muitos estão aí e vivem como cidadãos honestos de ficha limpa. Devem ser punidos, sim. Fosse o Brasil, um país sério, a primeira coisa a ser feita quando houve a tal “volta à democracia” era colocar nos ferros todos os militares, que àquela época estavam vivos, caducos, presos às suas cadeiras de balanço, mas estavam vivos e nada arrependidos do que fizeram, pelo contrário, os torturadores, os subalternos e tratá-los como criminosos de guerra. Perdeu-se uma grande chance. A solução foi redigir uma Constituição traumatizada mais preocupada com a não repetição dos erros do que com a punição aos que erraram. Compreende-se, afinal a Carta Magna foi fruto de sua época. Mas agora não é preciso mais temer, é preciso enfrentar o monstro de frente. Ainda há cicatrizes e feridas abertas e ninguém se preocupa em resolver. Ainda teme-se os militares. Mais, ainda se respeita a instituição, o que é um erro.


Segundo. Há quem diga que o PNHD seja um AI-5 do PT. Mentira deslavada. Absurdo descabido. Nada é igual ao que foi o AI-5. O simples fato de se afastar o Poder Judiciário de socorrer os perseguidos políticos já mostra o quão despótico foi o ato. Em lugar nenhum no Plano há tal despautério. O que se propõe é um controle sobre os meios de comunicação. Necessário e urgente. Infelizmente, a imprensa acredita que democracia é falar o que se quer sem pagar por isso. Para ter sucesso de sua impunidade intelectual, essa mesma imprensa, cheia de cafajestes mau caracteres que a incham (Boris Casoy e Alexandre Garcia só pra ficar em exemplos ilustrativos de profissionais ligados ao regime militar e que ainda atuam de forma “isenta”), joga com a morosidade da Justiça, toda sua tramitação lenda e seus recursos jamais julgados. Isso permite que uma Globo manipule uma eleição presidencial. Que uma Editora Abril cuspa acusações infundadas em forma de notícia via seu panfleto ordinário Veja chamando sem-terras de ladrões, petistas de corruptos sem tem que provar isso, afinal, eles são donos da verdade absoluta e quem as contesta é tachado anacronicamente de comunista.


Em qualquer país sério existe um controle (e não uma censura) do que acontece na Imprensa. Mesmo assim, raposas matreiras e politicamente perigosas como a Fox nos EUA são ardilosas em mentir descaradamente. Dependendo de quem está por trás, esse controle vira censura. Foi o que George Bush fez em seu governo querendo calar vários opositores. Mas quando temos governos sérios e menos poluídos como o do presidente Lula, isso dificilmente aconteceria. É preciso saber controlar sem censurar, coisa que a direita nunca soube e a esquerda, em dados momentos, também exagerou.


Que se controle já a imprensa golpista que temos. Que se casse e se proíba gente preconceituosa e sem escrúpulos de dar vazão a suas demências. O PNHD é uma solução paliativa pra isso, mas para um começo, o melhor remédio.


Sobre o PHND, quem quiser conhece-lo, pode lê-lo na integra aqui

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