Ontem, Chivas e San Luiz, os times mexicanos classificados pra segunda fase da Libertadores da América, desistiram da competição por serem proibidas de jogar em seu país devido a tal gripe suína. Mais ainda, a FexMexFut, a CBF da terra da tequila, rompeu com a Conmebol. Ou seja, os times mexicanos não participarão mais das competições sul-americanas, que faziam como convidados. Assim, se, por exemplo, o Chivas fosse campeão da Libertadores não disputaria o Mundial por não ser um time filiado à entidade sul-americana. Resumo, os times mexicanos eram os café-com-leite da competição.
Quem sai ganhando com essas desistências, óbvio, são São Paulo e Nacional do Uruguai, que jogariam contra Chivas e San Luiz respectivamente. Com a desistência dos dois, ambos estão classificados pras quartas de final do torneio. Quem perde é a Conmebol.
Perde em dois aspectos consideráveis, um é o técnico, o outro é o financeiro. O técnico se explica pelo fato dos times mexicanos, quase todos os que disputaram o torneio, estarem bem acima da média dos concorrentes sul-americanos. Ou paira alguma dúvida que o vice-campeão mexicano é melhor que o campeão do Peru? Sem times fortes como América, Chivas, Cruz Azul, o emergente San Luiz ou o popular Toluca, a competição volta a ser polarizada entre brasileiros e argentinos com uma surpresa eventual. Quanto tempo demorou pra uma equipe do Equador ser campeã continental. Campeão este que terminou a fase de grupos em último lugar este ano. Brasileiros e argentinos dividem espaço com equipes semi-profissionais bolivianas, claudicantes representantes chilenos e outras nulidades que mal chegam a fazer número. Muito pior é o lado financeiro da questão. Com as equipes mexicanas, o aporte de patrocinadores fortes do País enchia os cofres da entidade sul-americana e levava o torneio para um mercado em que o futebol, como aqui, é paixão nacional. A Fox Latina, sediada no México, transmitia os jogos via cabo para o país e para a imensa população latina dos Estados Unidos. Alcance e interesse nunca tidos em épocas pré-mexicanas. Fechou-se a porta para um cliente potencial.
A própria federação mexicana deixou a dica que a posição é reversível, que ano que vem tudo pode se normalizar e os times mexicanos podem voltar às linhas sul-americanas. Pouco importa. Este ano o torneio perde um favorito em potencial e uma equipe ascendente que daria trabalho a um saudoso Nacional e a outros tantos fraquinhos. A Conmebol, ao tentar se desvencilhar da tal gripe suína (que é tão grave quanto a tantas endemias existentes no Brasil e que nunca ninguém proibiu de jogar aqui, sequer fez uma advertência pelo cuidado com a saúde), foi contaminada pela arrogância daqueles que convidam pra uma festa, mas manda que não toque em nada nem fale com ninguém. O futebol mexicano não precisa disso. E a Conmebol sairá perdendo se isso se mantiver. E muito.
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