segunda-feira, 2 de março de 2009

Mico da semana

Essa semana em que o carnaval acabou e o ano fez sua despedida, uma vez que no Brasil o ano começa sempre na segunda feira após a quarta feira de cinzas, tivemos dois belos micos da semana que fica difícil escolher qual dos dois merece o prêmio.

O primeiro é o nosso juiz-mór do STF, o soltador geral da União, Gilmar Mendes, aquele mesmo que estraga todo o trabalho da Polícia Federal de prender o banqueiro escroque Daniel Dantas, resolve bancar e defender a prisão dos agricultores do MST que ocuparam terras improdutivas em Pernambuco.

Acusaram-nos de matar jagunços. E o que são jagunços? Justiça paralela? Santinhos que nunca devem ter matado alguém, todos com porte de arma em dia e ficha limpa. Claro, afinal, sem-terra é bandido e fazendeiro não. Os jagunços são só pra garantir.

Mas voltemos ao Gilmar Mendes. Por que ele não usa essa fúria toda pra meter na cadeia um mega-ladrão, um banqueiro contra quem pesam acusações comprovadas (e por isso foi preso pela Polícia Federal, coisa nunca vista antes na história desse País, como diria o Lula) e foi solto. Que justiça igualitária é essa que amacia pros tubarões e compensa o peso contra os peixes pequenos.

Não defendo veemente o MST, grupo que, pelo tamanho, acaba abarcando bandidos e calhordas que querem um pedaço de terra, repassar, ganhar dinheiro fácil enfim, mas esses maus-caracteres são minoria num movimento cuja finalidade é nobre. Devolve a terra pra quem ela deve ser de direito.

Pena que certos juristas de direita, fascistas enrustidos façam tamanhas violações contra a Constituição que, como ministros do STF, deveriam guardar e cumprir à risca. Pena. Gilmar Mendes mostra cada vez mais ser um sujeito totalmente avesso á democracia que tanto prega. E pena pior é o fato da mídia alardear a versão deturpada da notícia dando plena razão a essa corja togada.




Por falar em mídia que alardeia versões deturpadas e idéias absurdas, no dia 17 de fevereiro, um editorial da Folha de São Paulo, ao escarrar sobre a vitória democrática (este termo que a mídia adora propalar e usa pra desmerecer os governos populares) de Hugo Chávez, alude que no Brasil houve uma “ditabranda”, esse termo infeliz que diz neste País, a ditadura não ter sido tão severa assim.

E escreve a Folha “(...)Mas, se as chamadas "ditabrandas" -caso do Brasil entre 1964 e 1985- partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça-, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso. O líder eleito mina as instituições e os controles democráticos por dentro, paulatinamente.

Vamos aos fatos. Esta ruptura institucional que preserva ou institui forma formas controladas de disputa política e acesso a Justiça é a mesma que permite uma “oposição consentida” e cria um AI-5 que nega o direito do Judiciário de prover os direitos dos presos políticos? Que palhaçada é essa? Onde estava a cabeça dos Frias ao concordar com tamanha imbecilidade? Paulatina, na “ditabranda” da Folha foi a sedimentação de um governo truculento que, depois de quatro anos de sumiço de inimigos políticos, a milicada baixou o porrete de forma inclemente conduzindo o país a dezessete anos de mortes, repressão e “suicídios”. Uma brandura total.

Com esses dois exemplos, a gente vê que o País está cada dia mais lançando mão de uma pseudo-democracia em que os ricos conseguem plenos poderes e usam sua mídia pra divulgar as idéias mais abjetas. A raiva dessa gente com um presidente vindo do povo e que arrebanha oito aprovações em cada dez consultas chega a uma loucura que revela qual o real intento dessa gente.


Tai um cara que não se suicidou de jeito nenhum. Inventou uma história toda só pra incriminar os pobres militares.

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