domingo, 16 de maio de 2010

O cara!

A visita do presidente Lula ao Irã desperta muito interesse da bancada internacional. Há quem diga que seja a última chance de convencer o Irã a cessar seus testes nucleares e evitar possíveis sanções contra a terra dos aiatolás.


Desde que subiu à presidência, sempre confiei no Lula como um grande negociante, um sujeito que sabe transigir como endurecer na dose certa dos dois lados. Resultado disso é que desde então o Brasil vem ocupando destacado papel no cenário internacional exercendo o papel de liderança regional, que sempre foi exigido por todos os presidentes brasileiros, mas jamais exercido de fato. Sempre houve mais subserviência que atitude.


Pessoalmente, creio que o programa nuclear iraniano, se realmente voltado para fins pacíficos, não tenha nada contra o qual se objetar. Claro que poderio nuclear nas mãos de um cara meio tantã como Ahmadinejad assusta a comunidade internacional. Mas essa mesma comunidade internacional nunca se pôs em tamanho alerta durante os oito anos em que outro tantã – esse sim, com muito mais poderio e menos bom senso – chamado George W Bush presidiu os EUA. Ahmadinejad prega contra Israel? Bush achava que todo muçulmano era um terrorista em potencial. Ahmadinejad nega o Holocausto? Bush destruiu dois países. Tudo sem usar armas nucleares, mas mesmo assim mandou às cucuias soberanias de Estado. Então qual o medo do presidente iraniano que poderia fazer estrago menor. Se fizesse, porque o cara pode até ser maluco, mas burro ele não é. Ele sabe muito bem o quanto um mau uso de armas nucleares custaria ao Irã em todos os campos.


A visita de Lula ao Irã, antes de tudo, visa mais as relações bilaterais entre os países, o que, por si, seria um grande ganho. O Irã é uma economia de destaque dentro do cenário asiático e uma das mais fortes dentro do Oriente Médio, uma indústria razoavelmente sólida além de um mercado a ser explorado. Não é obrigação do Lula dizer a outro presidente o que fazer. Mas nosso barbudo sabe o papel que exerce na política e na diplomacia internacional. Valer-se dessa importância pode ser um trunfo a mais para o presidente brasileiro. O sucesso obtido por vias diplomáticas será mais uma vitória do Brasil que, diferente dos macacos do Norte, não precisam usar da força bélica ou econômica. Ademais, o país sairá ganhando um parceiro forte na economia.



Nenhum comentário:

Postar um comentário