segunda-feira, 10 de maio de 2010

50 anos de ativismo

Hoje é aniversário de um dos últimos ícones da cultura pop além de ser um cara que eu admiro muito seja como artista seja como ser humano. Estou falando de Paul David Hewson, mas pode chamar de Bono Vox. Sim, o irlandês completa hoje meio século de vida e ainda capitaneia o U2, banda que marcou o final da minha adolescência e que está com a turnê 360º rodando por estados Unidos e Europa.


Mas o assunto hoje, especificamente, é Bono. O homem é, sem sombra de dúvida a figura mais consciente e ativa do showbizz. Se é verdade que noutros tempos, John Lennon mobilizou o mundo com movimentos paz e amor, Bono resolveu ser utópico também tentando salvar o mundo. Mas sua utopia tem um pé-no-chão maior e seu cartaz ajuda em lutas contra as desigualdades sociais e os problemas ambientais ao redor do planeta. Se por um lado, a coisa tem ares de marketing pessoal e cheiro de egocentrismo, por outro, os constantes encontros de Bono com autoridades influentes mostram que, ainda que pouca, há vida inteligente no universo pop. Pergunte para os moleques dos Jonas Brothers, por exemplo, onde fica a África ou qual é a capital do Haiti e o que aconteceu por lá recentemente. Claro que o melhor é nunca pecar, mas é menos pior pecar por excesso do que por falta. Nesse campo, Bono, mesmo com seus exageros, consegue chamar a atenção para questões que flagelam a alma, mas passa ao largo da vida nababesca das celebridades internacionais.


Como cantor, não há muito o que dizer de um cara que lidera um grupo que se reinventou várias vezes. Da banda inocente e despretensiosa dos começo dos anos 80, o U2 virou uma verdadeira máquina de fazer dinheiro e amealhar fãs. Mesmo longe da sua melhor forma (No Line on the Horizon está longe de clássicos como The Joshua Tree, por exemplo), o grupo, mesmo depois de tantas transmutações, se mantém fiel a sua gênese. Belas letras, influências religiosas (40, por exemplo, é um salmo musicado maravilhosamente) e a sempre presente marca que Bono marca em sua obra há quase trinta anos. São antológicas as apresentações do grupo no festival Live AID, em 1985, bem como a grandiosa turnê Zoo TV nos anos 90, um verdadeiro show de música e imagem, turnê em que Bono deu vazão aos personagens The Fly e Mr. MacPhisto. Pois é esse inventor de modas e de estilos dentro do mesmo estilo além de um sujeito ímpar no seu meio que hoje se torna oficialmente, um homem de meia idade. Com uma lucidez adulta e disposição de garoto. Parabéns!



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