terça-feira, 6 de outubro de 2009

Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas realmente...

O pessoal da Blitz lançou um disco de músicas inéditas, Eskute Blitz. Evandro Mesquita e sua trupe ressuscitaram – mais uma vez – um dos grupos mais bacanas e mais emblemáticos do rock brasileiro dos anos 80. As músicas são legais e traz viva ainda aquela verve inteligentemente divertida que marcou época. O problema é o perigo de mexer nisso.


É difícil imaginar a Blitz sem Evandro Mesquita nem Fernanda Abreu, os que conseguiram sobreviver além da banda. Mas a moça da lata não faz parte do projeto, ou seja, meia Blitz não diz presente. Sem Evandro Mesquita, a Blitz não existiria e é ele que carrega a responsa de dar uma boa energizada ao grupo remetendo-nos àqueles tempos em que fazer rock era algo espontâneo e divertido. Dessa despretensão surgiram clássicos impagáveis como Você Não Soube me Amar ou A Dois Passos do Paraíso. O papel da Blitz no rock brasileiro já é dela. Esperar que esse disco catapulte alguma das boas músicas a esse patamar é pedir demais, principalmente sabendo que quem tinha quinze ou vinte anos naquela época hoje se aproxima dos cinqüenta e quem tem quinze ou vinte anos hoje não morre de amores pela Blitz nem pelo que os anos 80 representaram aos seus pais. E não vai ser esse disco que mudará isso.


Evandro se assegura como bom letrista pro estilo só ou com boas parceiras que vão desde o contemporâneo Leoni até o “aluno” casal Jonh e Fernanda, do Pato Fu. O disco é bom, tem ainda um restinho daquela alegria oitentista que só quem viveu sabe o que é e soará meio nostálgico para esses. No mais, é apenas um bom disco que mostra, infelizmente, que boas letras e coisas um pouquinho acima da média ainda existem, mesmo que feito por dinossauros.



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