segunda-feira, 5 de abril de 2010

Um a menos

Nesse fim de semana, na África do Sul, foi assassinado o líder político Eugene Terreblanche, ultradireitista e defensor do Apartheid. Segundo a polícia, o crime foi cometido por dois empregados, negros, de uma fazenda de Terrablanche após uma discussão por falta de pagamento.


Quase vinte anos após o fim do Apartheid, ainda são visíveis no país as fissuras entre brancos e negros na África do Sul. Absurdo é que num país miscigenado que lutou por anos contra esse odiento regime ainda exista gente que defenda, inclusive por vias políticas legais e autorizadas, essa ideia imbecil de supremacia racial. Terreblanche era um desses. Simpatizantes de seus ideais ficaram aos montes na África do Sul. Tanto que o presidente Jacob Zuma pediu calma à população. Foi prudente uma vez que conflitos entre grupos marcaram a história final do Apartheid.


Do mais, a morte de Terreblanche não merece maior notícia nem maior comoção. Morre com ele uma ideia anacrônica e sem fundamento. Algo vencido pelo tempo e cultivado apenas por idiotas que acreditam numa bobagem. Pior, idiotas covardes que chegaram em terra que não é sua e que dominaram-na. Seria perfeito se com Terreblanche tivesse morrido o último racista e a última árvore que restasse de pé germinada dessa imbecilidade que foi a segregação oficial na África do Sul. Infelizmente, para muitos, vai o homem e fica o mártir. Infelizmente, sua ideologia viciada resta de exemplo para poucos, mas incômodos seguidores.



Nenhum comentário:

Postar um comentário