quinta-feira, 8 de abril de 2010

Dá-lhe mundo cão


Acabo de ler que a participação do ex-ator e assassino Guilherme de Pádua no programa do Ratinho deu alto índices de audiência e que terminou com discussão entre os dois. De boa, taí um programa que eu não assistira de forma alguma.


Primeiro porque, apesar da comoção artificial que se fez por conta do assassinato da aspirante a atriz Daniela Perez, filha de Glória Perez – muita gente morre de forma mais violenta e mais fria que ela e ninguém fala nada -, Guilherme é um assassino que usou do tempo para jogar com a Lei. E como tal, é um absurdo que se dê cartaz a esse tipo de gente num programa de televisão. Segundo porque quem teria essa desfaçatez senão o Ratinho, famoso por sua avidez por ibopes inversamente proporcionais à qualidade de seus programas.


É um encontro deveras descartável. Guilherme, um ator sem futuro mais famoso por um crime do que por suas atuações e Ratinho, abjeção que a mídia brasileira criou e incensou enchendo os bolsos de dinheiro, são pessoas indignas de maiores comentários. Infelizmente, graças ao segundo, essa presepada foi ao ar e fez sucesso. Num país que assiste Big Brother pra escolher um neonazista como vencedor, dar ibope para um assassino e um apresentador sem conteúdo é apenas um algo a mais.


Ratinho tenta passar credibilidade e vem há tempos mostrar que é capaz de fazer um programa pra família brasileira, mas todas as suas tentativas restam infrutíferas uma vez que é rato não haver apelação, escrotice e teatro de baixa em suas aparições. Como essa entrevista, como essa discussão. Infelizmente, é isso que o Brasil gosta: Baixaria e falta completa de qualidade, mas se vier revestida de opinião e de demagogia, a platéia agradece.


Triste Brasil.

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