quinta-feira, 15 de abril de 2010

Grande Encontro

Muito válida essa reunião entre os quatro países que compõem o BRIC e que se dará em Brasília visando o estreitamento das relações comerciais entre os quatro países. Após a despolarização que dividia os blocos pró EUA e pró URSS, o crescimento daqueles que chamo de economias intermediárias (países em desenvolvimento dá uma idéia de um caminho a seguir e, em diversos setores, eles já pareiam ou superam os ditos desenvolvidos) foi marcante e, num plano regional e econômico, é flagrante a liderança e a influência que exercem. Dessa forma, a reunião entre os presidentes Lula (Brasil), Hu Jintao (foto, China), Dmitri Medvedev (Rússia) e o primeiro ministro indiano Manmohan Singh merece destaque e precisa ter qualquer de suas decisões consideradas e respeitadas pelos membros do G7, uma vez que a Rússia, membro honorário do grupo dos mais poderosos, está nas duas barcas.


Como mercado, os países têm em suas fronteiras quase três bilhões de habitantes, praticamente metade da população mundial, dos quais uma grande fatia começa a adquirir maior poder de compra bem como é crescente a evolução de suas produções industriais. Saber coadunar esse potencial mercadológico com o que têm a oferecer os quatro e seus parceiros comerciais (O Mercosul, no caso do Brasil) é um desafio a ser vencido bem como diminuir a distância que separa as classes que tem acesso a bens supérfluos e aqueles que vivem à margem de qualquer salubridade humana. Essa realidade, marcante em China e Índia, mas não menos notável no Brasil e na Rússia pós-soviética, agride e é posta de lado por aqueles que querem mostrar ao outro o quão vale investir no parceiro.


São economias fortes que já não podem ser menosprezadas pelos grandes operadores da economia mundial. Ainda que recebam a alcunha de países em desenvolvimento, estão dia a dia se tornando concorrentes diretos destes no mercado internacional. O Brasil exporta aviões e tecnologia tão qualificada quanto os EUA, só para ter um exemplo. Muitos assuntos precisam ser debatidos e avaliados nesses encontros. Que nem o clima eleitoral no Brasil nem os conflitos internos que assolam os outros três países, que também merecem um olhar mais demorado, atrapalhem o desenvolvimento e o alinhamento entre os quatro pequenos gigantes da economia mundial.



Nenhum comentário:

Postar um comentário