Essa semana fez cinquenta anos que Heitor Villa-Lobos nos deixou. Villa-Lobos é um daqueles caras que o país não reverencia da forma que realmente deve. Ele, junto com Carlos Gomes, levou o nome do País para um campo pouco íntimo do brasileiro, o da música clássica, aquela que se convencionou chamar de erudita. O legal de Villa-Lobos é que ele adequou diversos elementos genuinamente brasileiros ao estilo. Participante polêmico da Semana de 1922, o homem deixou vários clássicos como suas Bachianas Brasileiras, mas, pra este que vos escreve, nada é mais bonito, mais poético que O Trenzinho do Caipira. Ouça a peça e veja que sonoplastia perfeita a orquestra faz de uma locomotiva. Anos mais tarde, Ferreira Gullar fez a seguinte letra para a música:
"Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade noite a girar
Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra, vai pela serra, vai pelo mar
Cantando pela serra do luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar, no ar… "
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