quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Falou tudo!

É muito legal ver quando alguém concorda com você naquilo que 90% do mundo discorda. Fica a gostosa impressão de que você não é o único maluco no mundo ou reforça que você é um dos poucos sensatos num mar de loucura.Muito antes de me conscientizar como esquerdista e simpático ao regime soviético, ainda moleque, eu achava o Lada um carro lindo, pra desgosto do meu pai. Passou-se o tempo e descobri o blogue do Flavio Gomes, jornalista da ESPN que conhece tudo e mais um pouco de automobilismo e autos em geral. E o cara, assim como eu, é fã dos quadradinhos soviéticos. E numa entrevista para o IG Estilo, Flavio explica por que gosta do Lada. Eis:


iG: Há muita gente não gosta do Lada, por que você o considera tão bom?


Flavio: Muita gente não gosta porque não sabe do que se trata e enxerga automóvel como ferramenta de exibicionismo. A Lada é uma das maiores montadoras do mundo. Seus carros da década de 1990, os que foram exportados para o Brasil, não têm todos os confortos dos descartáveis de hoje em dia, mas têm história. São o retrato de uma potência que não existe mais, a URSS, e só esse aspecto histórico para mim é o bastante para admirá-los e respeitá-los.


Além do mais, são carros robustos, resistentes, de custo de manutenção baixo. E você dirige e sabe tudo que está acontecendo nele. Vejo muito preconceito contra carros que não se encaixam no perfil "trio elétrico, prata ou preto, isulfilm, rodas de liga leve, faróis e lanternas enormes". O Niva é um dos jipes mais eficientes do mundo. O Laika (nome adotado para o mercado brasileiro) e sua versão perua custavam muito pouco, tinham um preço justo para o que ofereciam. Hoje se paga muito por carros sem identidade e parecidos uns com os outros. Tudo é motivo para aumentar o preço: para-choque na cor do carro, desembaçador traseiro, ar quente, essas coisas para pegar otários. Sou mais meus Ladas do que qualquer carro brasileiro novo.


Bingo!



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