domingo, 15 de novembro de 2009

Salve, lindo pendão da esperança

Tem coisa mais inútil que um feriado no domingo? Pois muito bem, é nosso caso hoje. Dia 15 de novembro, proclamação da República, dia de exaltar o grande feito do marechal Deodoro da Fonseca. Na verdade, a República foi algo mais artificial que a própria Independência, mas, como toda data cívica, merece seu lugarzinho no calendário de feriados que este país tem. Bem ou mal, é uma data histórica e consta até na Constituição e em todas as leis. Repare que cada uma tem ao seu final a assinatura do presidente que a sanciona e abaixo a referência: tal aniversário da Independência, tal aniversário da República. A verdade é que a nossa República foi o golpe de misericórdia numa Monarquia que já estava morta. Claro que os militares tiveram papel decisivo nisso, afinal, vieram cheio de idéias dos fronts na Guerra do Paraguai, idéias de argentinos e uruguaios, aliados, e mesmo de paraguaios, inimigos, mas vindos de países que estavam muito a frente do Brasil no que tange à política. Além disso, com o escravismo em queda e a baixa popularidade de um rei estrangeiro, a República não tardaria a acontecer. Na verdade, era o que se dizia naquela época, o Brasil acordou monarquista e dormiu republicano. Foi algo indolor, sem derramamento de sangue, sem conflitos marcantes. A simples deposição de Pedro II – um monarca já velho, fraco e sem peso político quase nenhum – pelos militares, que se sentiram traídos após o conflito no Paraguai marcou essa transição. São 120 anos da República, que, no frigir dos ovos, não mudou nada. Os líderes mudaram de nome e os desmandos e injustiças continuaram sendo os mesmos. Ainda assim, feliz dia da república.


PS – Se você começou a cantar o hino a partir do trecho do título, deu fora. Este é o início do hino da Bandeira, cujo dia nacional será daqui a quatro dias, mas não é feriado. O hino da República é esse aqui. O que prova que muita gente troca as bolas (quando sabe) no que tange aos hinos deste País.

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