sábado, 21 de fevereiro de 2009

E a alegria?

Não tinha visto na quinta o jogo entre Cruzeiro e Estudiantes, da Argentina, pela Libertadores. A partida foi ótima e o time azul bateu os hermanos por 3-0 num verdadeiro festival do estreante Kleber, ex-Palmeiras, ídolo máximo da torcida palestrina no ano passado, mas que o clube não fez questão de manter.

Sorte do Cruzeiro, claro, que lançou o craque no segundo tempo da partida e foi tempo suficiente pra rapaz fazer dois gols e ser expulso após o segundo cartão amarelo. E é aqui que se abre o debate.

O primeiro cartão foi tomado quando Kleber, ao fazer o primeiro gol, ergueu a camisa à cabeça. Explosão de alegria advertida. O segundo foi após uma falta dura em Verón, o que se explica e se aceita.

O que vem se tornando um abuso, sabe-se lá por conta de quem (certamente adoção da FIFA a mando dos patrocinadores) é o rigor ao tolher as comemorações. Ok, que o jogador tire a camisa, mesmo sendo algo rigoroso, merece punição aceitável. Mas Kleber não tirou a camisa, somente a ergueu tapando a cabeça. O gol é o momento máximo do futebol. É a explosão de alegria, o nirvana do atacante e o clímax da torcida. Quando se faz um gol (seja na primeira rodada da Libertadores ou na final da Copa do Mundo) nada mais natural que o atleta expulse os demônios do nervosismo e pule e grite e extravase o alívio, a raiva, enfim, o sentimento que aquela bola na rede significa. Tudo o que não é preciso é vir um árbitro de mais bofes censurar esta alegria com o cartão amarelo. No jogo, especificamente, Kleber mostrou a que veio. Seja pra ser o novo ídolo da Raposa, seja para dar trabalho pra arbitragem e comissão técnica (uma vez que não é nenhum santo e faz faltas desnecessárias como faz gols). Porém, as arbitragens precisam ver o rigor com que tratam a celebração dos artilheiros ou cada gol será laureado com fleumáticos apertos de mão. Ou nem isso. E o futebol, esporte máximo, é, em qualquer lugar do mundo, sinal de descontração e alegria, principalmente quando se faz um gol.


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